quarta-feira, 28 de maio de 2008

Versos no chão

Sua vida era poesia
seu amor foi ação
seu orgulho foi ventania
que virou furacão...

seu passado é o bastante pra não ver
que o passado é distante de você.

Seu quinhão era o seu motivo,
seu abraço aos iguais.
Era vítima sem juízo
dos seus próprios sinais...

Seu passado é recorrente demais...
seu presente incessante não vai mudar
se o seu par neste instante não for seu lar.

Há que se encontrar a sorte, para os fortes um cais.
Há que se encontrar um porto, mortos somos iguais.
Há que se encontrar o caminho, pelo sim e pelo não.
Há que se encontrar poesia pelos versos no chão.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Noir

Fosse o parto o espelho de um instante
seu semblante seria seu par
Fosse o trato um segredo resistente
diferente seria amar

Fosse o ar um devaneio
perderia o receio de voar

Seu apego é um desepero para quem tem desejo de sonhar

Fosse só um desatino
perderia meu caminho
tentaria nunca mais voltar

Fosse o ar um devaneio
perderia o receio de voar
Fosse o sol um desatino
perderia seu caminho pra voltar
Fosse o céu de um tom perfeito
perderia seu efeito de impressionar
Fosse o mar o fim da lua
deixaria a terra nua sem brilhar
nua, no ar