quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Amor-Pedido

Onde está aquele amor que pedi?
Procuro entre versos mas não o vejo ali
Onde está aquele amor tão sutil?
Procuro entre os olhos mas parece que sumiu
Procuro onde está aquele amor tão levado
Mas o que encontro é só coração fechado
Que apenas se preocupa com coisas tão banais
E não cabe pois o amor é sempre algo a mais
não se fecha
não se cansa
não se esgota
se renova
se transmuta
se permuta
se entrega
sem demora
talvez sejam os meus olhos que não veem o que procuro...
talvez meu coração ainda seja imaturo...
talvez o amor pra mim ainda seja algo escasso
apesar de tanto amor em quase tudo o que faço
Talvez hoje o amor seja um sentimento a toa
Doa a quem doer, só não dói pra quem se doa
Talvez o que procuro seja algo que já tenho
Um traço desapercebido em entrelinhas de um desenho
Talvez o amor não seja o que o poeta diz que arde
Mas sim o grande jogo, a mais nobre arte
Amor é outro mundo
Amor é querer amar-te...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Em cantos da arte

Porque o mundo me encanta mais
Que o quintal de minha casa
Devo recolher então minha asa,
E esquecer o que um pássaro faz?

Porque minha arte não mais te afaga
Devo ser um tentador contumaz
Porque esse é o lugar que te apraz
Mesmo sabendo que significo nada?

Porque ainda sou sensível ao belo
Devo manter seu furor amarelo
Por uma pretensão sócio-requentada,

Ou devo permanecer em minha obra,
procurando partes de minhas sobras
Que alimentam as cobras alienadas?

Pra minha vida ter sentido
Devo então tomar partido
Ou comprar outra bisnaga?

vida de artista só ganha colorido
quando o crime do bandido
o faz transpor o belo por nada

domingo, 9 de outubro de 2011

Pra inglês ver

Organizo-me diferente
Pensando que posso ser qualquer coisa
Posso-me plenamente
Onde meu osso se reparte em brisa
Parto-me em nascente
Nasce de novo, a alma avisa
Renovo-me aparente
Na linha rente que se improvisa
Sopro-me por minha vida...

domingo, 2 de outubro de 2011

Soneto de viagem

A minha janela voa
Enquanto me deixo por terra
Meu coração erra
Passando pela vida à toa

Distraio pelo céu
E penso se devo ir em frente
afrontar de repente
A balança e seu fiel

Há mais do que vi
É certo e me pergunto
Onde me perdi?

No decorrer de um segundo
Momento fecundo
Para me achar em ti