Há mais em mim do que me cabe
Persigo incólume
Percebo o invólucro
Descabido que cai sobre tudo pois
Deixo o quase sempre pra depois
Há mais em mim do que me cabe incontinente quando penso, descontente e tenso,
sobretudo intenso, em voz
pênsil sobre denso ardor atroz
Houve mais em mim do que me coube
Inexistente espaço que se corroeu
retina em friso, o olhar em névoa
Ouve mais em mim o que me coube
Natimorto sequer em trégua infeliz
Amai em mim o que, em vida, fiz.