segunda-feira, 3 de maio de 2021

Efêmero



Onde foi que nos separamos?

Pra onde espalhamos pedaços?

Quando nos desintegramos?

Como nós se perdem nos laços?

Embrulhados pra avalanche

Entre pés descalços cansados

Desprovidos da revanche

Em momentos acelerados



E efêmeros

Tantos lapsos de felicidade

São colapsos dessa saudade

Em exagero



Como foi que caiu o encanto?

E qual canto ficou pra escanteio?

Por cuidado deixamos o pranto

Praticar em seu nome o receio

Nossa vida ficou relegada

Em um plano mais obsoleto

Onde ninguém mais abre seu luto

Por vergonha de um desespero



Efêmero

Seguimos rápidos pra lápide

Sem nem pedirmos resgate

Pelo esmero