sábado, 29 de novembro de 2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Embalagem

Um petardo
um retardo
onde miro
meu amargo
admiro
seu escárnio
pelo tiro
de alarme

então me viro
já vou tarde
meu abrigo
é seu alarde
meu amigo
agora arde
sua vida
é minha arte
e sua morte
agora é parte


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Gastrophonic

Bem, é com prazer que faço o anúncio de uma prévia do meu trabalho solo, intitulado Gastrophonic. Para conferir, basta visitar o seguinte endereço:

www.myspace.com/gastrophonic

Por enquanto são 6 canções... experimentais... portanto, experimentem! hahahaha

sábado, 13 de setembro de 2008

Autófago

(Nota de divulgação)

Autófago, o álbum e o espetáculo homônimo que o poeta e compositor Makely Ka leva ao palco, traz um diálogo aberto com toda uma tradição de criadores como Itamar Assumpção, Paulo Leminski, Jorge Mautner, Torquato Neto, Tom Zé, Glauber Rocha, Waly Salomão, Jards Macalé, Chacal... mais do que isso, transforma sua verve irônica, sarcástica e combativa em música a poesia de invenção. Com uma formação básica de violão, guitarras, baixo e bateria e dotado de uma linguagem anárquica, faz guerrilha contra as mazelas e as mediocridades do cotidiano, sua arma é a palavra. Autófago retoma o vigor e a malandragem no fazer poético-musical, ultimamente esquecida e negligenciada pelos grandes meios de comunicação: “carrego no peito uma bomba atômica pronta / pra explodir o planeta / por isso não se meta”. Sem fazer concessões, Makely bate forte e colocado, brindando o público com um espetáculo lúdico e arrebatador.


Ficha Técnica:
Makely (violão, voz e programações)
Rafael Azevedo (guitarras e vocal)
Guilherme Castro (guitarras e vocal)
Fernanda Starling. (baixo)
Leo Dias (bateria)

Participações:
Maísa Moura e Patrícia Rocha

Produção Executiva:
Luiza Barcelos

Teatro João Ceschiatti - Palácio das Artes
15 de setembro às 19h
R$5,00 (inteira) R$2,50 (meia)

www.myspace.com/makelyka
www.makelyka.com.br

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Toada em pormenor

Tamanho tantas palavras
todas tentando partilhar
tempo e trabalho perdido
trancado todo
em pormenores

Traçado torpe desejo
trago a tomar partido
tal tentativa de perder
o tráfego torto
do pensamento

Transfiro ao temor o pedido
entorpeço-me em todos os sentidos
tropeço triste e perdoado
retardo o término
do encejo

Tendo tão pouco a partir
tão pouco tenho a ficar
tão pouco tendo por vir
Travo-me tão pouco a passar

domingo, 3 de agosto de 2008

Maísa Moura

(Nota de divulgação)

Moira é o primeiro trabalho solo da cantora Maísa Moura, que desponta como uma das mais criteriosas intérpretes de sua geração. Acompanhada dos músicos Guilherme Castro e Vladmir Cerqueira nos violões, Avelar Jr. no baixolão, Fred Malverde no violoncelo, Sarah Assis na sanfona e Léo Dias na marimba de vidro e percussão, Maísa apresenta no palco uma formação totalmente acústica com todos os instrumentos microfonados, garantindo uma sonoridade rara para o repertório de seu primeiro disco solo. Canções inéditas de Chico Saraiva, Makely Ka, Renato Negrão, Mário Seve, Renato Villaça e Estrela Leminski, e releituras de canções de Guinga, Aldir Blanc, Zé Miguel Wisnik, Tom Zé, Elomar e Luiz Tatit formam uma unidade poética que é ressaltada pela sonoridade do disco. Os arranjos - a cargo de Avelar Jr., Guilherme Castro e Vladmir Cerqueira - ao mesmo tempo densos e concisos, escapam do óbvio e dialogam com as letras, esbanjando bom gosto.


Quando: quarta-feira dia 06 de agosto

Quanto: R$ 3,00

Onde: Teatro da Biblioteca – Praça da Liberdade – Belo Horizonte

terça-feira, 1 de julho de 2008

Átomo

Sintético e paradoxal
em si mesmo a antítese
o ínfimo colossal

uma derradeira gênese
suma inteligência boçal
reticências entre parênteses

luz de escuridão total
amostra de pura mímese
resumido na paráfrase
de um absurdo genial.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

COMUM - COOPERATIVA DA MÚSICA DE MINAS

(Nota de divulgação)

A Cooperativa da Música de Minas realiza sua primeira Assembléia Extraordinária e convida a classe musical a se associar

Nesta segunda-feira, dia 30 de junho, será realizada a primeira Assembléia Extraordinária da Cooperativa da Música de Minas (Comum), que nasce com o objetivo de dar suporte, tirar da informalidade e integrar os músicos, produtores e demais profissionais da cadeia produtiva da música de Minas Gerais. O evento marca a abertura da COMUM para novos cooperados e apresenta as ações realizadas no seu primeiro semestre de existência. A Assembléia Extraordinária da Comum acontece na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes, às 19h.

A Cooperativa de profissionais da música de Minas Gerais foi criada em dezembro do ano passado. Constitui-se como uma empresa democrática que visa transformar a realidade atual do mercado. Para tanto, a COMUM vem atuando nas esferas municipal, estadual, nacional e internacional, buscando o diálogo em instâncias políticas e institucionais.

A Cooperativa visa tornar-se uma entidade representativa e bem organizada, com ações inovadoras que contribuam para o desenvolvimento sócio-econômico da cadeia produtiva da música de Minas. Entre outras ações, a Comum propõe uma nova forma de relacionamento comercial no mercado musical de Minas, baseando-se em conceitos como a economia criativa e redes solidárias, com a criação de um banco de serviços entre seus associados.

O banco de serviços é um diferencial da Cooperativa, pois vai permitir a diferentes profissionais da cadeia produtiva da música realizar a troca de serviços, saberes e experiências e dar auto-sustentabilidade para as atividades promovidas pelos cooperados. Seu sistema de funcionamento é fundamentado na capacidade de cada indivíduo oferecer serviços que interessam e complementam as atividades dos demais membros da cooperativa. Além disso, a Cooperativa vai oferecer serviços básicos aos associados, como, por exemplo, emissão de notas fiscais.

Com isso, a Comum tem a missão de promover a transformação social e econômica da classe musical, proporcionando aos profissionais da cadeia produtiva da música os benefícios da legitimação da profissão e apoio no desenvolvimento de suas carreiras.


MOVIMENTAÇÃO DA CLASSE

Legalmente constituída, a Comum integra o Fórum da Música de Minas Gerais, que é decorrência da organização da classe e agrega outras cooperativas, associações e demais entidades ligadas à música. O Fórum foi criado com o intuito de estabelecer um diálogo franco e direto com o poder público de forma a atender as demandas da classe e funciona de forma autogerida. Uma das ações já em andamento é o Projeto da Música, que vai realizar nos próximos meses a Rodada de Negócios em Minas Gerais, em parceria com o SEBRAE e a BM&A. Esta rodada visa criar uma promoção internacional da música produzida em Minas, com a presença de profissionais da indústria musical estrangeira interessados em conhecer a cena musical do estado com perspectivas de negócios imediatos.

Também já está em processo o chamado Programa da Música, que engloba um edital de circulação nacional e um plano de exportação apresentado à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. Esse programa prevê uma atuação pontual nas principais feiras musicais do país e do exterior, como a WOMEX (Sevilha – Espanha), a Feira Música Brasil, a BAFIM (Buenos Aires – Argentina) e a Feira da Música de Fortaleza, entre outras. Essa ação estratégica inclui a representação de aproximadamente 100 artistas de Minas Gerais em um catálogo, caixa de discos e portal na internet, além de estandes nas respectivas feiras.

Todas essas ações e outras em processo de estruturação buscam atender a antigas demandas dos profissionais, que vivem hoje um momento de renovação e de mobilização jamais visto. Prova disso é a criação da Cooperativa, que se instaura como importante instância executiva e representativa da classe musical de Minas Gerais.

PARA FILIAÇÃO DE INTERESSADOS

Para filiação, o músico ou qualquer outro profissional ligado à música deve preencher a Proposta de Adesão e pagar o valor de R$ 25,00 (vinte e cinco reais) referente à quota-parte que deve ser integralizada. A mensalidade para cooperados é de 10 reais.

SERVIÇO

Primeira Assembléia Extraordinária da Cooperativa da Música de Minas
Segunda-feira, 30 de junho, a partir das 19h
Palácio das Artes, sala Juvenal Dias – Av. Afonso Pena, 1.537
Informações: 3236.7360 – comum2008@bhmusic.com.br

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Versos no chão

Sua vida era poesia
seu amor foi ação
seu orgulho foi ventania
que virou furacão...

seu passado é o bastante pra não ver
que o passado é distante de você.

Seu quinhão era o seu motivo,
seu abraço aos iguais.
Era vítima sem juízo
dos seus próprios sinais...

Seu passado é recorrente demais...
seu presente incessante não vai mudar
se o seu par neste instante não for seu lar.

Há que se encontrar a sorte, para os fortes um cais.
Há que se encontrar um porto, mortos somos iguais.
Há que se encontrar o caminho, pelo sim e pelo não.
Há que se encontrar poesia pelos versos no chão.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Noir

Fosse o parto o espelho de um instante
seu semblante seria seu par
Fosse o trato um segredo resistente
diferente seria amar

Fosse o ar um devaneio
perderia o receio de voar

Seu apego é um desepero para quem tem desejo de sonhar

Fosse só um desatino
perderia meu caminho
tentaria nunca mais voltar

Fosse o ar um devaneio
perderia o receio de voar
Fosse o sol um desatino
perderia seu caminho pra voltar
Fosse o céu de um tom perfeito
perderia seu efeito de impressionar
Fosse o mar o fim da lua
deixaria a terra nua sem brilhar
nua, no ar

quarta-feira, 26 de março de 2008

Um pouquinho de bom humor no mundo...

Dia desses recebi por e-mail um texto que replico aqui. Como tudo que vem da Internet, a sua origem e veracidade são questionáveis. Porém, o humor é inquestionável...aí vai...

Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer".

Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação:

"Ah! Camões, se vivesses hoje em dia,
Tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a Internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo!"

OBS: Ganhou nota dez.

Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era falta de mulher.

domingo, 2 de março de 2008

Mais um poema visual



A mancha sanguinolenta
desfaz em branco
seu tom magenta
escorre pelo ocre
e medíocre, se acinzenta...

Poema Visual


Inspirado pelo livro de poemas Carne Viva, de Marcelo Sahea, (bem aplicado por Makey em seu Blog), lanço aqui meu primeiro poema visual. Singelo porém, sincero.

Fui

Já fui
servente de docente de fotógrafo assistente de estilista de gerente
fui tanta gente
músico importante do pedreiro do garçom do gari do carpinteiro do carteiro do maçom
até perder o tom
sou marrom
verde-manga, amarelo-turmalina, preto-pitanga com vermelho-cajuína
perdi a sorte na minha sina
só me espanta
tanta banca de quem nunca se manca
que quem se tranca se arrebenta

Já fui
barbeiro de poeta de porteiro de atleta
já fui assecla de pastor
pedi esmola, bolsa-escola, cheirei coca, cheirei cola
refrigerante sem sabor
perdi trejeitos, sou suspeito e mesmo assim eu me ajeito
não tenho dó do que já fui
mas ainda dói a esperança de quem espera e nunca alcança
chamo pra dança a minha crença
peço licensa
pra eu ir embora...

sábado, 1 de março de 2008

Sobre o futuro

Dar-me-ei de presente
polir-te-ei até o brilhante
guardar-te-ei sempre comigo
perder-me-ei em seu semblante

Sentir-me-ei como amigo
Sentir-te-ei como amante

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Matadouro

Todo artista é um animal
como toda arte é umbilical
lugar comum
como um crime passional
lugar de artista é atrás das grades
atrás das telas
e atrás da grade das telas
vai o artista
acuado
embrutecido
brutalizado
criminoso banido
bandido enjaulado
fugindo do belo que o faria ser
extinto
Arte mata!
Todo artista morre de arte.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Para Presente

Certo dia,
Talvez no dia certo,
Alguém me disse
Que a vida não começa nem termina,
Ela acontece...
Mas, antes que alguém diga
que a vida pode se desfazer,
Digo em alta prepotência
que ela permanece presente
Sábio presente...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Soneto de Estrada

Tem tanta estrada pela frente
Que só nos resta tocar adiante
Subir a escada que nos eleva a mente
Pra ver estrela que só se vê distante

E pela ironia que nos deixa ardente
Vou ouvindo histórias de um ser andante
Cantador de vida plena e contente
E orgulhoso de ter por quem se encante

Em descobrir as mesmas coisas diferentes
Em retratá-las por emoções decentes
E remoldá-las para que se tenha antes

Que qualquer um que se diga indiferente
Possa retrucar quase que ingenuamente
Pois viu o céu um dia ser mais que brilhante...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Do lixo

Do lixo não sobram nem restos
Pois resto de lixo é menos que resto
Resto de lixo é mais que lixo
E não adianta dizer que está se lixando
Pro lixo que nos resta ver
Tanto lixo contamina
Tanto lixo dissemina
Expõe nosso resto de lixo do nosso ser,
Nos faz ser lixo
Tão lixo
Que nem a resto se presta a ser
Melhor desligar a TV!