sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Soneto Antissocial

Sou um cara inexistente
não tenho rede social
tenho fome inapetente
tenho sede virtual

Sou um cara sem carisma
com apelo irrisório
compro trava pra uma cisma
vendo caro meu imbróglio

vez ou outra estou preso
no que outra vez deixo solto
no meu ódio pelo apego

pelo grupo onde sou pouco
imploro por um descarrego
até meu peito ficar rouco

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Desculpas

Desculpa qualquer coisa que eu diga
Não quero que saia briga 
Já faz muito tempo 
Que deixei de lado sua vida 

Desculpa o que quer que eu tenha feito 
Não quero perder o jeito 
Mas já se foi o tempo 
em que temia ser aceito 
por seu exército de histórias 
todas explícitas em glórias 
enquanto sigo essa saga 
que me suga, seca e implora 

Desculpe a sua indiferença 
Ela vem de nascença 
De um tempo anterior à sua crença 
Desculpe a sua ingratidão 
Que ajuda a estender o não 
Pela mão que afasta qualquer explicação 
que se justifique na memória 
de uma euforia das escórias 
que seguem mandando às favas 
as Evas que desovam as boas novas 

Se é pra seguir tentando 
Não atire desculpas pelo cano 
Se é pra mudar de plano 
Não troque farpas por sarcasmo 
Se é para mudar o rumo 
Acerte o prumo sem espasmo 
Desculpe o marasmo que há perto 
Desperte sua culpa pelo certo