quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Sapiência

Participo minhas condolências
aos colegas de adolescência
pela minha própria decadência
perante meu ato de indecência!
Faço da vida uma incumbência,
do ponto final, reticências ...

Ao que queria, eloqüência.
Mas só consigo obediência,
sempre com pouca displicência
devastada pela ciência
com alto teor de intransigência
no que eu chamo consciência.

Visto perdida a referência,
jogo a batuta sem regência!
Declaro farta a minha falência!
Queria eu sair da emergência
mas, falta-me tanto a pertinência
para sem ser eu, ser saliência!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Olho Mágico

Não sei,
feio mundo em que vivemos,
Se em cada parte
destratei em farto sentido
meu lado parapornográfico:
a vida!

Não ceifei o mundo em que vivemos!
Se em cada par te destratei,
enfarto sem ti do meu lado
Para por no gráfico a vida!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Alma Crônica

Quando dou algum tempo
ao meu indício de poeta,
tento atingir a meta
de chegar perto de mim,
De me negar ao momento
em que o desperdício me completa
E sentir a alma mais repleta
pra continuar o que tem fim.
Dado o sentido da incerteza
Posto-me à mesa com a voracidade
De quem, sentindo a liberdade,
Se degusta ancorado pela insegurança.
Porém, cego ante a beleza
Que, com sua clareza, elogia-me a vontade
Já que, de alma crônica,
vou-me pela verdade que se busca,
lastreado pelo fio da esperança pois,
quem espera perde a lembrança
Do motivo a ser alcançado,
E é mais fácil nesta instância
Tentar a andança, mesmo parado.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sonho em falta

Quanta falta faz seguir o sonho
Quanta falta faz ter sonho
Tudo a se realizar
Sonho com isso todos os dias...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Infinitivo Tempo

Como fazer
Para te parar
Sem perceber
Sem te sentir

Como sair
Sem se machucar
Sem te trair
Por te vender

Quem me dera saber
Poder te responder
Poder se resguardar

Quem me dera calar
Saber poder amar
O que tem pra dizer

domingo, 15 de julho de 2007

Cuma? lançado

Sexta-feira foi o primeiro show da turnê Cuma?. Foi muito bacana, o público tava bem legal, cantando várias músicas, o som tava bacana, enfim, tudo nos conformes. Parabéns a Itabira, que tem um festival muito bacana, de altíssimo nível. Muito obrigado a todos que participaram desta empreitada.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Versão Beta

Muito boa esta banda que se apresentou no Conservatório Music Bar, na segunda-feira. Recomendo, caso haja outra oportunidade...

domingo, 17 de junho de 2007

Primeiras criticas ao disco novo.

O que faz uma banda Brasileira? Mais além, pode uma Banda representar o mais autêntico do Brasil? E esse Brasil? Vale a pena? A resposta, nada simples, leva a caminhos tortuosos de definição da verdadeira índole do brasileiro. Macunaíma e o Homem Cordial parecem chocantemente inexoráveis, ao anunciar uma total ausência de virtudes como nosso maior traço. A aproximação bioétnica também teima em pairar sobre nossas cabeças: a fusão de raças é uma míope e mal-disfarçada visão reducionista, ao desprezar o multiculturalismo fulgurante em que vivemos.

Nessa tortuosa busca de identidade, em que sempre aparece a metáfora do paraíso terreno, onde tudo parece ser permitido, a autenticidade soa quase uma abstração. Teimamos em ser o que não somos. A importar o que não precisamos. A nos desinteressar pelo que nos enleva.

O som da Banda Somba, no CD, Cuma? é, do início ao fim, um libelo pela brasilidade e pela vida que vale ser vivida. Nada é poupado: de ironias que invadem o céu, a frases ácidas contra a hiperpolítica cibernética como uma (nova?) espécie de alienação. Sim, o Somba sabe que a língua portuguesa é nossa pátria; mas com eles, o vernáculo parece se mostrar muito maior que pensamos – haja vista, por exemplo, a letra em portunhol que parece vinda de um morador do Brás da década de 1930.

E os sentimentos? A sinestesia reina presente, causando sensações que beiram o choro interior e alçam a alma à pura apreciação estética. O Somba é uma banda brasileira mesma quando canta em inglês. De finíssima técnica musical, de um humor lancinante e de uma poesia alentadora, dá até saudades de tentar ser brasileiro. Identificar-nos, criticarmos a nós mesmos, a nossa capacidade de rir – e eventualmente chorar – é mote dessa banda que parece estar trazendo de volta uma vida que vale ser vivida.

Brunello Stanciolli
Prof. da Escola de Direito da UFMG.

domingo, 3 de junho de 2007

Palavra

Tome cuidado com a palavra
pra não jogar conversa fora
aqui se colhe o que se lavra
palavra certa não tem hora

Palavra forte, como a morte, desespera
palavra séria é sem matéria que suporte
palavra sorte pelo norte se entrega
palavra brega, quando pega, se contorce

palavra gasta não se basta nem se fecha
palavra brecha dá a deixa para a casta
palavra vasta pela máscara se queixa
palavra gueixa pelo beijo se devassa

palavra manca não se espanta pela sina
palavra fina não se estima pela banca
palavra franca, pelo tranco, desafia
palavra mina explode a rima que desanda

palavra falha não trabalha quando some
a palavra se consome pelo homem que se cala
palavra tralha não se malha pelo nome
palavra fome pelo homem se espalha

domingo, 15 de abril de 2007

Ola para todos!

Olá para todos. a partir de hoje começo a publicar um blog, com assuntos relacionados ao Somba, música, poesia, etc... Espero que curtam. Um abraço...