sábado, 16 de janeiro de 2021

Soneto contrário

Ouça o estalo da cerca elétrica
O isolamento social que nos cerca
Começou de fato muito antes

Quando essa empatia assimétrica
Subiu ao forte o que nos enverga
Transtornando-nos por mutantes

Tão forte o tranco pelo barranco
foi chuva que corrói a falta de ar
Oxigênio também falta para tocar
O extremo dessa vida em branco

Palavras fortes já não bastam
Nem desbastam o isolamento
Que haja bote no afogamento
Que amor dê bote aos que desgostam