quinta-feira, 2 de abril de 2015

Ambulante

E assim vou vivendo
De sonho em sonho adiado
No caminho da esperança
Fazendo a vida dos outros

Enquanto isso, eu
Esse cadáver adiado em pessoa
Vou vivendo morto
Meio torto, no sonho dos outros
Sem porto

Sem força para fugir
Sem tempo para começar de novo
Sem esperar que eu me encontre
Na esperança dos outros

De sonho em sonho
Continuo sem acordo
De porta em porta
Vou vendendo a minha vida
De sorte em sorte
Tendo surtos de paixão
Pra esquecer que minha vida
Foi apenas sonho em vão

Assim perambulo ambulante
Dentro de minha ambulância
procurando um ambulatório pro coração

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