domingo, 15 de novembro de 2015

Águas que caem da ponte

Águas que caem da ponte
se juntam às aguas que correm
da fonte em vão

trazem à língua uma fala
de quem não se cala
nem com a cicuta no chão

Um vale de encontro aos conflitos
Um vale de mitos
Um vale-delito na outra eleição

mesmo quando só se escuta
a voz que se disputa
entre nós de um novelo pagão

mostra o que trouxe pra cama
um doce de lama
em retrato de um aluvião

Um vale de escombros aflitos
Um vale de rio entre amigos 
num rito pra outra eleição

Não vale o chão que se pisa
Não vale a voz que se frisa
Não vale a dor imprecisa
Não vale a precisão

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