domingo, 28 de maio de 2017

Inominável

Há um pedaço de mim
Que me pede o aço
Sem que eu consiga dar

Há um interno em mim
Que me interna terno
Antes que eu me pare

Parir ao mundo uma exceção
Algo que me deixe lembrança
Ouvir da vida uma razão
Sem perdoar a estrada
Para o atalho do coração
Atordoado com a navalha
Pensa por um fio
Sobre a cabeça que se nega ao fim

Haja carrasco em meus pensamentos
Guilhotinas para a ponta de um lápis
Que só escreve porque puxo o gatilho
Sou afilhado de uma parte de mim que não morre

E ando esparso pelo espaço em branco
Já não sofro tanto mais e nem tento
Pois sou de luto rápido nesse corpo lento
Quis um dia ser mais pensamento
Mas continuei sublime em pranto...

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